domingo, 8 de fevereiro de 2015

TENHO SEDE, DÊ-ME ÁGUA

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TENHO SEDE, DÊ-ME ÁGUA

Certo homem havia ganhado um pedaço de terra para trabalhar. Aquela terra era boa, mas tinha muita sujeira para ser limpa, por causa disso, existia muito trabalho a ser feito. Nela tinha ainda um pequeno poço de águas cristalinas e frescas que fazia aquele homem se sentir orgulhoso pela terra que recebera.
Aquele homem começou a trabalhar naquela terra e o sonho de vê-la limpa e cheia de bons frutos fazia que ele trabalhasse ainda com muito mais ânimo e garra. Dias, semanas, meses e anos se passaram e ele continuava trabalhando sem parar nem mesmo por um minuto. Pensas que ele achava isso ruim? Não, ele amava trabalhar, pois estava sendo alimentado pelo sonho de ver sua terra cheia de bons frutos e pelo seu pequeno poço de águas cristalinas e frescas.
Certo dia quando voltava para seu trabalho viu que alguém havia tocado fogo em suas terras e ainda tinha focos do incêndio naquele lugar. Desesperado, para apagar o fogo, ele usou toda água do seu pequeno poço, fazendo com que o mesmo secasse. Com isso, ele viu a necessidade de buscar mais água em um riacho que passava não muito perto dali. Tomada à decisão ele partiu em busca de água mesmo já muito cansado pelos seus esforços.
Em sua caminhada existia muitos obstáculos que ficavam ainda maiores devido ao seu cansaço e já naquelas alturas ele encontrava-se com muita sede e o sol escaldante dificultava ainda mais a sua caminhada. Exausto e desidratado, ele não conseguia mais prosseguir em sua caminhada – sabe-se que quando uma pessoa está desidratada todo seu corpo fica bem lento, especialmente o cérebro, fazendo com que a carga carregada torne muito mais pesada que o normal e quanto à parte cognitiva, a mesma recebe um significativo retardo.
Com sua visão turva, boca seca, retardo mental, exaustão, desorientação ... aquele homem nem mesmo imaginava que estava a uma distância tão pequena do almejado riacho. Neste exato momento a única coisa que aquele homem precisava era de água fresca. 
Jogado no chão aquele homem não conseguia sair do lugar, até que ouviu um sinal de esperança, era um carroceiro que levava galões d’água. O exausto e sedento homem com o resto de força que possuía deu um grito de socorro que fora tão baixo que parecia ser um sussurro, o carroceiro ouvindo os gemidos que saia daquele pobre desventurado de sua carroça indagou:
_ Em que posso te ajudar, moço? – perguntou ao moribundo seco.
_ Á-g-u-a! – Em gemidos respondeu.
O carroceiro como já tinha oito filhos para criar resolveu dizer ao desorientado:
_ Há um riacho a doze metros pela direita. – E assim saiu com a sua carroça.
Esperançoso o homem juntou as suas forças, e até mesmo aquela que ele não tinha, e voltou a se rastejar em busca de água para matar sua sede. Rastejado uns quatro metro, um moço com seu burrinho passava e vendo a cena se intrigou não se contendo perguntou:
_ O que faz o rastejar como serpente neste chão, homem?
Quase sem forças respondeu nosso herói:
_ Tenho muita sede, estou desfalecendo, por isso rastejo ao encontro do riacho.
Chocado disse o moço:
_ O senhor está indo para o caminho errado, dê meia volta que o riacho está a poucos metros a sua frente. E não desanime homem, certamente que a vitória será sua.
Abalado e ainda mais exausto pelo esforço desnecessário o homem deu meia volta e voltou a rastejar naquele poeirento chão, mas agora na direção certa.
A cinco metros de chegar ao riacho o homem cansado, e por estar tão desidratado não percebe o quão perto está de seu precioso prêmio e então desiste. Neste momento por ele passa um pastor de poucas cabras que vendo a má sorte daquele homem resolve encoraja-lo com suas palavras de ânimo: “Seu moço, não desista, o seu prêmio está perto. O senhor está quase lá!” “Vamos, falta pouco!” “Já se passaram dois metros.” “Falta um metro para o senhor chegar!” “Isso! Agora só faltam alguns centímetros.” 
E a um palmo de chegar até a água, as vistas do pobre homem escurecem e sua cabeça jaz-se sem que ele provasse da fresca e doce água do riacho. Acabada a sua força, e não conseguindo mais mover-se do lugar, aquele homem morreu de sede, mesmo estando tão perto da sua benção, A ÚNICA COISA QUE AQUELE HOMEM PRECISAVA ERA DE ÁGUA, todos souberam disso, mas ninguém teve a boa vontade de dá-lhe um pouco de água.

Ele precisava de água para ter forças para prosseguir em sua caminhada e os demais pensaram que apenas palavras de incentivo pudessem ser o suficiente. Para nossa reflexão ficam estas palavras: Muitas vezes encontramos pessoas que precisam apenas ser amadas e as negligenciamos com palavras genéricas e frias inspiradas pela religião onde frequentemente a escondemos atrás da Bíblia, e se de fato a vivêssemos lembraríamos sempre dos maiores mandamentos de toda Bíblia: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.” (MC 12:30,31), “Por tanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” ( TG 4:17). Devemos todos aprender a amar uns aos outros e não ficarmos apenas em palavras genéricas que todos usam como se estivessem seguindo um manual de instruções, mas assim como também mostras nosso serviços. Que D’us venha abençoar a todos!


KÉSIA ALEIXO.

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