quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Ofertas

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Eu fico perplexa com a hipocrisia de alguns pastores. Aqueles mesmo que tem a coragem (cara de pau) de dizerem-se diferentes de algumas denominações por não instituírem os famosos envelopes, mas, ao contrário disso inventam ofertas e ofertas OBRIGANDO seus membros a darem-lhes as mesmas que, pela malícia de seus corações, eles as instituem.


Paulo foi bem sábio quando falou: "Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria." (1 Co 9:7, NTLH), exatamente porque, a oferta que é recebida por Deus é aquela que é dada com o real propósito de agradar a Deus, não por força ou instituição de alguns.


E o que mais a Bíblia nos traz a respeito de ofertas?

Discorrendo um pouco nos livros do Pentateuco, vemos a menção de algumas ofertas, sendo as mesmas feitas no intuito de tirar pecados e culpas, ofertas de paz, para pagar uma promessa (voto), oferta de alimentos, e aquelas, ordenadas pelo sacerdote (leia Levítico 7:37). Nesse contexto, as ofertas eram através de cereais, cabrito, carneiro e vinho.


Oferta é sinônimo de dinheiro? Não. O próprio parágrafo anterior mostra isso, ofertas, na Bíblia, eram feitas de diversas maneiras. Vimos o salmista oferecer oferta de louvor (Salmos 56:12), ele oferece também oferta de vinho em gratidão a Deus (Salmos 116:13), percebemos também a oferta de Caim, através da sua colheita, e a de Abel através de carneiros (Gênesis 4), etc. Ou seja, essa conversa que  oferta limita-se a dinheiro, não funda-se nas escrituras sagradas.
Em relação a quantia, o que a Bíblia fala a respeito? Eu fico sempre surpreendia com Deus, como Ele é sempre coerente. Quando você pensa no dízimo, é 10% do que você recebe. Isto é, se você recebe pouco, seu dízimo será pequeno, se muito, seu dízimo será grande. E isso, pra qualquer pessoa, em qualquer situação. Sabe porque? Deus nunca vai fazer você dá um passo maior que  a sua perna. Ao instituir o dízimo, Deus pediu apenas 10%, porque ele sabia que é do restante dessa renda (90%) que a pessoa tira o seu próprio sustento. E, com o 10% de diversas pessoas, o sacerdote poderia ter o seu sustento, e dedicar-se completamente e integralmente aos cuidados do Senhor. Deus sabe muito bem que, é injusto que uma pessoa que receba, hipoteticamente, R$700 TENHA, por OBRIGAÇÃO que dar/entregar R$300 da sua renda à sua casa, enquanto um que ganha R$10.000 dê o mesmo tanto. Enquanto para este, tal quantia representa apenas 3% de sua renda, para aquele, a mesma quantia representa 43%. E a respeito das ofertas Deus mantém esse posicionamento. Além do trecho do novo testamento aos 1 Co 9:7, no velho testamento vimos também Deus fazendo referência em algumas ocasiões. Exôdo 25 traz-nos uma referencia às ofertas para a tenda sagrada, dizendo assim: " O Senhor Deus disse a Moisés: — Diga aos israelitas que me deem uma oferta. Receba as ofertas que eles quiserem dar de bom coração. " (v. 1 e 2). Ao continuar lendo os próximos versículos percebemos que Deus especifica o TIPO de oferta, mas NÃO a quantia. Em Números 29:39 parte b vemos também uma instrução parecida, a qual diz: "Essas coisas vocês devem oferecer a Deus e mais as ofertas que vocês prometerem ou as ofertas que fizerem por VONTADE PRÓPRIA." E finalmente, Êxodo 35:5 diz: "façam uma oferta ao Senhor. Quem QUISER fazer isso deverá trazer uma oferta de ouro, prata ou bronze...". Com base nisso, é possível perceber que até mesmo aquelas ofertas que o sacerdote estipulava, baseando sobretudo na vontade absoluta e explicita de Deus, ele o faz sem estipular quantidade, tendo em vista ofertas dentro da vontade do povo e ofertas voluntárias, pois cada um ofertava conforme o propósito do seu coração.

Existia no velho testamento a modalidade de oferta para perdão de pecados, onde estipulava-se o que a pessoa daria para o perdão do seus pecados (leia levítico 11). Mas, claramente, Deus mantém a sua coerência. No versículo 5, vemos que, apesar de estipulada a oferta para sacrifício, para aqueles não tinham condições financeiras para a mesma, poderiam dar uma oferta "menos significativa economicamente". Mas, vale ressaltar, que essas ofertas hoje não são mais necessárias, uma vez que Jesus entregou-se e pagou pelos nossos pecados, tornando assim desnecessária tal tipo de oferta.

E a parte mais importante era para o sacerdote, certo? Errado. A parte mais importante da oferta era pra Deus, Moisés e Arão ficavam com o resto. (Você pode conferir em Levítico 2:3, Números 18:29 e 30). Nisso, podemos perceber que, a intenção do dízimo, conforme Número 18:25, o dízimo é do sacerdote (hoje, o pastor), mas a oferta é de Deus, isto é, a mesma deve ser usada dentro da obra de Deus da melhor maneira, pois através de tais textos percebemos que a melhor parte da oferta deveria ser pra Deus, enquanto resto da mesma que ficaria para o sacerdote.

Hoje em dia ainda falam das tais ofertas alçadas que, tem uns que tem a cara coragem de dizer que é "uma oferta estipulada pelo pastor". Mentira. Números 18:26 traz a definição de oferta alçada: "Também falarás aos levitas e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado em vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor: o dízimo dos dízimos.". Ou seja, oferta alçada, nada mais é do que uma oferta que os LEVITAS deveriam dá a Deus que é o dízimo (décima parte) do dízimo que eles recebiam dos israelitas.

Infelizmente, apesar de Martinho Lutero ter lutado contra a igreja católica por causa da cobrança de indulgências, vemos hoje, bem de perto, pessoas, que se dizem servas do Deus vivo, que, por muito amar a Mamon (o deus do dinheiro), corromperam-se e através de sua muita ganância levam multidões a crerem que serão seus dízimos e ofertas a comprarem os céus, ou mesmo as bênçãos do Senhor. Não se deixe enganar, Deus é sempre justo.

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